sexta-feira, 22 de abril de 2011

Centro Cultural de Santarém apresenta plano contra a crise


O Centro Cultural Regional de Santarém (CCRS) debate-se com grandes dificuldades financeiras. A nova direcção, eleita em Dezembro, encontrou uma dívida de 84 mil euros e a instituição não tem qualquer fonte de rendimento, pelo que só com o apoio do mecenato é possível levar a cabo algumas actividades. Trinta mil euros é o montante da dívida à Segurança Social e mais trinta mil euros é quanto o CCRS deve a um antigo colaborador. O apoio de 535 euros mensais que a Câmara de Santarém acordou em pagar à CCRS mediante protocolo firmado entre as duas partes não é pago há cerca de dois anos. O tesoureiro, Jacinto Fernandes, refere que a autarquia “comprometeu-se” a pagar tudo o que deve. Mas não se sabe quando.

O CCRS tem sobrevivido graças à generosidade e solidariedade de várias pessoas, sobretudo os credores que, em alguns casos, perdoaram a dívida ou aceitaram reduzir para menos de metade. “Desde que tomámos posse já conseguimos abater cerca de 15 mil euros de dívida e conseguimo-lo com a colaboração de credores. Já não chove no edifício graças à boa vontade de um empreiteiro que arranjou o telhado. O equipamento de som também se deveu à boa vontade de um técnico de som de Santarém. Só temos a agradecer a todos os que nos têm ajudado”, refere Jacinto Fernandes.

A nova direcção do CCRS está à procura de patrocínios e mecenas que possam ajudam a associação nesta fase mais complicada. Se tudo correr como previsto, o Conservatório de Música deixará as instalações do Fórum Mário Viegas no final do ano lectivo e as 12 salas que o conservatório ocupa podem servir para ceder a instituições que precisem de salas. A primeira dívida que o CCRS se comprometeu a pagar, na totalidade, nos próximos dias são os cerca de 1500 euros que a associação deve a uma funcionária de limpeza. A direcção “orgulha-se” de, nos últimos quatro meses, não ter “emitido” um “único” cêntimo de dívida.

A nova direcção do CCRS, liderada por Lurdes Asseiro, criou condições para que haja actividade cultural regular que aproxime a comunidade da instituição. As escolas são um dos principais alvos do CCRS estando-se já a estruturar protocolos com as mesmas para os alunos poderem usufruir do espaço. “Queremos que as escolas vejam no centro cultural uma extensão das suas próprias instalações. Ao invés dos alunos fazerem simulações como acontece nas escolas queremos que os alunos venham gerir a galeria de arte, aprender a fazer contactos, fazerem os seus próprios trabalhos e poderem também expor os trabalhos que vão fazendo”, salienta o vice-presidente, João Soeiro.

A galeria do Fórum Mário Viegas não está aberta ao público uma vez que não existem verbas para contratar um funcionário a tempo inteiro. A associação está a estudar a hipótese e vai apostar no voluntariado cultural. “Vamos saber da disponibilidade de algumas pessoas que queiram estar aqui duas a três horas por dia durante alguns dias por semana. Vamos ver se conseguimos garantir a abertura da galeria”, explica Lurdes Asseiro.
(foto O Ribatejo/texto O Mirante)

Sem comentários:

Enviar um comentário